08 dezembro 2006


O jumento
por Derek Lin
Uma vez, na antiga China, o moradores de uma vila receberam uma ordem do governador da região: construir um monumento para o imperador. Caso a obra fosse concluída no prazo, receberiam um belo prêmio.
No local escolhido havia um poço, que eles precisariam aterrar antes que a construção pudesse começar. Os moradores trouxeram um jumento para carregar areia e terra para encher o poço.
Mas ocorreu um acidente: o jumento chegou muito perto da borda, escorregou e caiu no poço. Os moradores tentaram retirá-lo sem sucesso. Depois de várias tentativas fracassadas, concluíram que seria muito demorado retirá-lo.
Preocupados com o prazo, decidiram sacrificá-lo. Continuaram a jogar areia e terra no poço, achando que não tinham alternativa senão enterrá-lo vivo.
Quando o jumento percebeu o que estava acontecendo, começou a zurrar lamuriosamente. Os moradores o ouviram, mas ignoraram seu desespero. O valor do jumento era pequeno quando comparado com o prêmio prometido, de modo que continuaram a encher o poço.
Depois de algum tempo o jumento aquietou-se. Os moradores ficaram admirados. O jumento teria morrido? Ou simplesmente desistido? O que estava acontecendo?
Curiosos, foram examinar o poço. Para sua surpresa, viram que o jumento estava vivo e bem. Quando a areia e a terra caiam, ele as pisoteava até que ficassem compactadas abaixo dele. Assim,ele ia subindo pouco a pouco cada vez que areia ou terra eram jogados.
Depois de algum tempo o jumento subiu o bastante para poder saltar para fora, com um pulo forte. Admirados, os moradores o viram ir embora com a cabeça erguida
Não nos encontramos muitas vezes na mesma situação o jumento no poço? Todos nos temos dias em que nos sentimos presos. Não temos como sair, e uma interminável chuva de areia e terra cai sobre nós.
Quando encontramos uma adversidade, o primeiro impulso é reclamar. Fazemos as perguntas “Por que isto sempre me acontece?” ou “O que fiz para merecer isto?”
Da mesma forma que as lamúrias do jumento, nossas queixas não têm nenhum efeito. A areia e a terra continuam a cair. Considerar-se insultado ou sentir pena de si mesmo não muda nada.
Na história, o jumento percebeu que suas lamúrias eram inúteis. Na vida real, nem sempre somos tão inteligentes. Apesar de saber que não adianta nada, continuamos a chorar sobre o leite derramado, e a nos prender em amargura.
Isto pode se transformar num padrão repetitivo de queixas seguidas por mais frustração e mais queixas. Quando caímos neste padrão não temos como ficar em nosso melhor estado. O ciclo de negatividade nos impede de ter um estado mental que permita utilizar todos os nossos recursos
Uma forma de quebrar esse padrão é aceitar que temos uma participação na criação de nosso destino – para o bem ou para o mal. Observe que foi o próprio jumento que transportou a areia e a terra até o poço. Percebendo ou não o que fez, há uma nota de ironia no fato dele ter iniciado o problema que o atingiu.
Assim, a questão que se deve realmente propor não é “O que eu fiz para merecer isto?”, mas “O que fiz para causar isto?”
Uma vez que tenhamos rompido com o padrão de reclamações poderemos concluir que há valor em tudo – até naquilo que normalmente consideramos um mal. Não importa o que aconteça, sempre se pode aprender alguma coisa com o evento. Sempre há algum jeito de transformar uma coisa negativa numa positiva.
Em seguida, temos que tratar da própria adversidade. Precisamos ter a capacidade de superá-la, como o jumento fez com areia e terra. Isto não significar fingir que nada ocorreu. Reconhecemos e aceitamos o evento – com a importante diferença que não o vemos como uma afronta pessoal.
O jumento usou a terra e a areia como materiais de construção. Da mesma forma, podemos usar os fatos negativos como matéria-prima para aumentar ou melhorar nosso cultivo espiritual.
Pode-se até dizer que qualquer coisa que nos aconteça é “boa”, porque pode-se utilizá-la de alguma forma. Não importa que tipo de areia e terra estejam caindo sobre nós, podemos subir nelas e usá-las para nos elevar um pouco mais.
Quanto mais o fizermos, mais nos tornaremos hábeis em faze-lo. Cada evento negativo que ocorra se torna apenas mais um degrau para subirmos. Cada adversidade nos eleva.
Da mesma forma que o jumento pulou fora do poço, teremos a capacidade de transcender à areia e à terra. A negatividade e a adversidade não terão mais poder sobre nós, como se não existissem. A prisão às amargas queixas desaparece sob nós no momento em que damos o salto.
Começemos então...................!

4 comentários:

Anônimo disse...

Precisamos ficar atentos com nossos procedimentos mesmo porque hoje em dia parece que agimos um pouxo no automático. Muito legal.
Abraço.
Mary

Anônimo disse...

Mas que jumento inteligente....rs
beijos - Joao

Anônimo disse...

Mas que jumento inteligente....rs
beijos - Joao

Dalva disse...

queria ser tao inteligente como este pequeno jumento!
beijuuuussssssssss